DESPEJO
Sem fazer qualquer alvoroço
Entreguei a chave da porta
Senti-me no fundo do poço
Dor daquelas que corta
Incompleto o homem sem teto
Mais gélida a madrugada
Tristeza bate direto
Filho não entende nada
Um amigo, de favor,
Dividiu espaço de seu chão
Ofereceu um cobertor
Prometeu fazer oração
O dono tem lá sua razão
Mas a ninguém eu desejo
A profunda humilhação
De uma ordem de despejo