Anjo Negro
Se agora aquele anjo de pele alva me tocasse,
Se agora suas vestes negras cobrissem meu corpo,
Eu iria em paz?
Se mais uma vez o vento embalasse pétalas rubras
Se mais uma vez aquele mesmo anjo, correndo por campos cinza, declarasse seu amor por essas mesmas pétalas rubras
Eu estaria em paz?
As nuvens negras e vazias cobriram o céu
Não se vê mais o pálido sol,
Não se sente mais seus raios verdes tocando a pele,
Não se pode saber quando retornará
Se agora aquele anjo de pele alva me tocasse
Seus lábios vermelhos de um amor transcendental em meu peito,
Seu abraço maldito e perdido,
Enquanto caio dessa colossal árvore na qual tenho abitado sozinho...
...eu estaria em paz?
Caindo em uma dimensão sem fim de escuridão que eu mesmo criei,
Vagando por um espaço sem tempo, perdido e vazio,
Esquecendo quem fui...quem fui?
E ao tocar finalmente o chão gramado me perder em pensamentos absortos de sentimentos,
E ver suas asas cobrirem essa carcaça já podre com pétalas dessas mesmas flores rubras de antes
Eu me sinto morto...