M e m ó r i a s p ó s t u m a s

Angústias se perfazem Num peito ardil,

Logrado pela tenra inocência De ser: Sangue e suor do entardecer

Mórbido, insensato e hostil.

A mente se definha no torpor da culpa,

Onde nada se pode fazer, senão... Lamentar.

Tudo é essência, fragor da cascata da existência.

Porque tal geratriz deixou esta vida se perpetuar?

Seria melhor se o credo moralístico não tivesse

Intervindo, facilitando então a miséria humana disfarçada de gente.

Sorte!

Morte!

Almas gêmeas ambíguas que se desbocam nas cachoeiras do

Persistir... Ele quer vida.

Palavras, alicerce da consciência. Mas para que possuí-las se a mesma não dá respaldo para o existir?

Ah! Agonia, Maria, se tivesse pelo menos não hesitado em dar fim

Naquilo que não deveria parir.

Ansiedade, solidão leva ao torpor de uma dor que se perpetua

Na história contada ontem, vivida hoje e projetada no futuro.

Viés da natureza ressequida pela dor,

Resquício de prazer anônimo abocanhado pela desconstrução

Da figura nobre que desfaleceu numa atitude insana, devendo pois recomeçar do nada.

Melhor seria mesmo ser filho da outra, porque a santa era ilusão

Para esconder a pura humanidade daquele certo herói sem capa.

Ao tocar o solo terrestre, desfalecido, viu-se de repente que

Aquela cria era feita de carne e osso.

Tarde demais!

Apostaram no funeral... Crucifica-o!

Nada mais serviu daquele velho orgulho de ser bem vindo.

Restaram-lhe apenas dois caminhos: poeira e escuridão, faixas contínuas desse asfalto feito de incompreensões e acusações.

Quem quiser viver verá o triste fim das memórias daquele que foi o martelo batido do seu genitor. Justiça seja feita:

Absolve ou condena.

Abstenho.

Eugênio

16/11/2014

Eugênio Costa Mimoso
Enviado por Eugênio Costa Mimoso em 20/11/2014
Código do texto: T5042282
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