Á SOMBRO DE SEU ROSTO

Olho pela vidraça da porta

a sombra ainda cobre meu rosto

a luz do sol não me alcança

em meio a total escuridão em que me afundo

nos meus olhos avermelhados

refletem tudo aquilo que traduzo em

palavras , em uma folha qualquer

de jornal do dia anterior jogada sobre

as calçadas , por onde andei , sem rumo

perdido entre o ser que sou

e o ser que padece a minha presença

a cada amanhecer

não sei mais onde piso já não mais

enchergo o caminho a minha frente

já não mais escuto meus passos

sobre a estrada ,

não sinto cheiro das flores

e assim me perco em mim

me perco os sentidos

já não sinto meu tato

minha loucura me arranca o

olfato ,

me devolva a visão nesseçaria

para glorificar mais um por do sol

me devolva os movimentos de

minha perna , já não sinto meus batimentos

me devolva o sangue sobre minhas veias

me levante da calçada , da av 1 de junho

e me leve com você seja lá onde você for

e me puxe os cabelos , me toque o rosto

me prenda a respiração ,

me faça sentir vivo novamente

por que nessecito de mais um pouco do seu sabor

do seu oxigenio , me devolva a audição

e cochiche seu nome baixinho sob meu

ouvido .

Me devolva o paladar e me deixe provar

o sabor do seu batom avermelhado ,

me devolva a vida e venha me visitar

em um sábado a tarde . Sentar no sofá

ler um livro e olhar pro nosso reflexo

na TV desligada em cima da comoda

me diz seu sobrenome e prometa nunca

adormecera o brilha das estrelas que há

em seu olhar , prometa que amanha o sol ainda ira brilhar

em minha janela .

Eque o sangue que coagula sobre minhas veias

me manterá vivo até o dia em que a solidão

voara em liberdade na primavera sem minha

ilustre e sombria presença , somente estarei

aqui sonhando novamente deitado na calçada da av .

E você me iluminando de cima com seu olhar

de menina .

__leandro egidio

leandro egidio
Enviado por leandro egidio em 20/11/2014
Código do texto: T5042593
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