fugitivo

São tantas coisas boas das quais fugi,

Quando engano fez seu trabalho sujo;

Nem venha de novo, não vai conseguir,

Porque do meu amor por você, não fujo...

Ainda verei luz em teus olhos verdes,

vencendo a bruma dessa noite escura;

ofertam outras sombras, outras redes,

mas, só na sua balançarei com ternura...

quando a primeira segunda chance vier,

na solidão, de pronto, passarei a perna;

e todo meu sangue quente pra ti mulher,

no encontro da estalactite co’a caverna...

Sei que esperar o improvável nos custa,

Mas ter esperança já ameniza, é verdade;

Ademais, vale mais a esperança robusta,

Que as fuças secas de uma pífia realidade...

Irei rir dos maus bofes desse louco fado,

Que me fadou à desdita testando o aço;

Será todo meu, teu prazer bem realizado,

irei frurir cândido deitado em teu regaço...

essa feliz união sob as bênçãos de Véritas,

irá muito além do pedágio do cemitério;

nada incomodarão as sombras pretéritas,

antes, ao nosso devir, trarão o refrigério...