Bárbara

minhas águas não aquecem mais aquele corpo cheirando brotos,

Não lavam mais nenhuma alma, não desaguam em oceanos de paixões,

Minhas águas tão paradas,

presentes em lagos profundos,

lagos negros,

mortíferos e adocicados.

Mamãe não sabia,

que no fundo eu era uma vadia,

queria todos aqueles caras pra mim,

Em determinado momento,

senti que tinha lindas asas,

minha beleza enfeitiçava e acidentava os narcisos,

É por isso que feri tragicamente a reputação,

dos senhores da região,

Contava os tamanho dos seus membros,

detalhava os odores,

presos em lençóis de seda.

Não era por maldade,

era defesa.

Tudo me irritava naquela cidade;

A falsa segurança que o velho tinha,

ao atravessar na faixa de pedestres,

me aborrecia e me aborrece,

qualquer garantia humana.

A menina,

soltando gotas de orvalhos dos olhos,

que apagou as luzes,

deixou os livros pela primeira vez,

e foi viver.

mas ninguém esperava o desamor acontecer,

ela quase via,

mas quando viu,

se assustou.

Desde então,

suas festas de Natal,

passaram a ser observar a decoração da vizinhança,

que adorava expor suas vidas triunfantes,

Pobrezinha,

morreu um um livro laranja entre os braços.

Essa é minha defesa,

deitar com maridos alheios para vingar minha florzinha que chorava orvalho,

desconstruir a classe média da cidade,

mesmo me chamando de puta,

eles não negam o que tenho a oferecer,

peitos fartos, cabelos cheirosos, belas curvas,

são todos iguais,

Sociedades divididas em cenários fictícios,

Relações repetidas, com mudança no idioma..

Lucas Guilherme Pintto
Enviado por Lucas Guilherme Pintto em 06/12/2014
Reeditado em 06/12/2014
Código do texto: T5060729
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