Belus

Tuas súplicas não me alcansam mais

E em meio as velhas árvores de um outono sombrio eu a deixei

Imersa nessa bolha de pecado e frio criada por uma mente doente

Aqui os raios de um sol cinzento não a podem tocar

Seu brilho se foi a muito,

Como o anjo que caiu do céu em um abismo de neve e esquecimento

Suas doze asas partidas agora não lhe servem de mais nada

E mesmo assim ele não chora,

Não esboça sentimentos,

Não demonstra arrependimentos,

Se ouve um grito...

Vazio, sem sentido

Perdido em meio a essas tenebruras que criei em uma folha de papel qualquer

Onde eu aprisionei você sem que soubesse

Sem ter para onde ir, sem ter como correr...

Minha presa...

Eu te imagino as vezes como alguém puro, imaculado

Correndo entre os vivos em suas brancas vestes

Cabelos loiros...mas seus olhos não estão lá!

Não podes ver, não podes ouvir

Atada a essa trama de fios vermelhos que compus em meus sonhos especialmente pra lhe deter

Impedir seus movimentos...

Enquanto meu grito se estende por todo esse penhasco

As mão cerradas em punho...

O vento reconfortante do norte corre entre meus braços

E de longe se ouve o baque maldito de um raio no crepúsculo

Nós que aqui estamos, e vivemos perdidos em pensamentos insanos

Tentando encontrar uma cabana calma e aconchegante para viver os últimos dias como homens

Sat
Enviado por Sat em 08/12/2014
Código do texto: T5063033
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