"Papai Noel do Fantástico"

Natal, ano novo, todo o clã reunido,

A celebração da vida, alegria, paz;

Entretanto, nada disso faz sentido,

privado do sentido que a vida faz...

Se pudéssemos mentir ao espelho,

Ora, Constantinopla, ora, Istambul;

Tipo, viver o ano todo no vermelho,

E no fim, falsificar o balanço em azul...

Noutras palavras: ver santos ateus,

nessas horas mostrado o seu viço;

passam o ano de costas para Deus,

agora, dão migalhas; hipocrisia, isso...

Trocaram ao Senhor por um boneco,

Que joga balas escoltando o buzinaço;

Esse fantoche é um gerente de boteco,

Esconde o sumo e vende só o bagaço...

O brilho falso não substitui a faxina,

Apenas disfarça os caracteres breus;

Isso de cercar-se das luzes da China,

Para fingir possuir a Santa Luz de Deus...

Sei, muitos ansiarão apagar essa brasa,

Falta-me ternura, se creio no Evangelho;

Mas, se o falsário chegar, na minha casa,

Ternamente porei os cachorros no velho...

Semente estéril é um louco quem lança,

Contudo a plebe ingênua acha bem legal;

Com a naturalidade que enganam crianças,

Mortos se enganam com seu “feliz mortal”...

Desculpem se pareço um tanto sarcástico,

Sou refém dos frágeis neurônios meus;

Hoje termos o “Papai Noel do Fantástico”,

Que defende a “origem da vida” sem Deus...