Ser fugaz

Em decomposição

Minha alma

Coloquei à venda

Sem preço

Em liquidação

Num leilão

Em oferenda.

Em ebulição

Meu corpo

Ardia em sanha

E de pecados

Sem aprovação

Em sangue ardente

Minha alma se banha.

Envolto ao pecado

Rezei de cima da montanha

Joguei minha alma

E ela aos bocados

Se perdia nas entranhas

Morri mil vezes ou mais

E do prazer lascivo

Não me arrependi jamais

Desencarnei nocivo

Sem medo do perigo

De ser um ser fugaz.

José Benício
Enviado por José Benício em 22/12/2014
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