ANJOS
A menina subiu voando
Ao trampolim dos ombros
De outra pequena menina
Na rotina da manhã de sol...
Ao céu malabares girando
Par de vidas em escombros
Show de dor que não termina
Quando se abre o farol...
Volta ao chão, ligeira e esperta
Mão aberta estendida
Rosto no vidro pedinte
Olhar perdido e distante
Sem carinho quando desperta
Paga a culpa de mal parida
Corre ao carro seguinte
Uma moeda será bastante
Mundo no verde dispara
Relance rápido no retrovisor
Imagens ficando lá atrás
Espetáculo chegando ao fim
Apenas uma esquina separa
Voando ao seu esplendor
Leve com a destreza de um ás
Um menino ao seu trampolim