Singelos frutos mau-regados

Eu os vi, eles sorriam e isso me dói.

Havia tanta fome, mas seus olhos brilhavam por cima da dor;

Ainda assim corriam como se estivessem nas nuvens transformando-se em anjos.

Faziam das lamas um grande rio, doía mas eles sorriam.

Pequenos agigantados, fizeram-me uma grande covarde

E minhas lágrimas, tornarem-se chuva.

Queria lavar suas ingênuas almas, mas o querer é tão pouco.

Muito é o que eles sentiam ao brincar com as angústias.

Pequenos anjos moradores da selva dos ''engravatos''.

Crescentes como belas pétalas em um verão selvagem.

Descendentes da maldade, contudo amáveis.

Seres constituidores das nossas melhores partes.

Singelos frutos mau-regados.

Sávio Soares
Enviado por Sávio Soares em 27/12/2014
Reeditado em 23/09/2015
Código do texto: T5082544
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