Um homem Uma mulher
Eramos como todos, um homem e uma mulher
pássaros proibidos no seio da noite
sorrisos soltos como bicos labiais
assim querendo a todos como a quem e a nada mais
abraços apertados em meio a solidão
vazos de cerâmica cheios de paixão.
Houve um grito do passado que pesou no vão
quem cerrasse os punhos e dissesse não
quem gritasse o escândalo da nossa paixão
um gargalhar carregado de muita emoção
o sonho esquecido e muita canção
e até quem nos dissesse - não vão não.
Mas como pássaros vivos não nos negamos ao chão
não desprezamos o insólito nem a ilusão
agarramo-nos e num vôo passamos o portão
que num aceno gostoso não nos disse não.
Estamos a plainar num vôo de desafio de céu, terra, mar,
lutando contra as nuvens que ora não nos deixam entrar
mas também não lhes perguntamos o que há por lá.