Enigma

Sou como você me vê:

Nem tempestade nem brisa

um livro que não se lê

aquele barco à deriva.

Sou certo verso estável

com tempero obrigatório

de resíduo inexplicável

deste meu mundo ilusório.

Sou um grão na erma imensidão

galgando íngremes escarpas

semente plantada em vão

 dentro de agônicas farpas.

Assim, tenho várias faces:

a que fica indignada,

a que lhe olha de soslaio,

a que sofre e chega às lágrimas,

a que se fecha enigmática.

Mado

Mado
Enviado por Mado em 06/01/2015
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