[Medo das Emoções]

Posso pensar em várias emoções inúteis,

aquelas que apenas desacontecem em nada —

a vertigem diante da passagem da beleza súbita;

o trepasse da lança de gelo de um olhar que repudia;

as trêmulas mãos ávidas, mas o toque impossível;

os saltos do coração durante a queda no escuro;

as palpitação das veias tensas pelos desejos escapados;

a angústia pela desistência de ir;

e talvez a pior dessas trivialidades:

a absurda sensação da fuga do momento

de um encontro que se perdeu...

Não podemos evitar essas emoções,

mas será que devemos temê-las?

Faz tempo, faz muito tempo

que deixei de temer as minhas emoções —

terei aprendido a arte do apaziguamento?

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[Desterro, 08 de janeiro de 2015]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 08/01/2015
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