Meu lado sujo e promíscuo

te deseja insanamente, enquanto o fútil e mesquinho se recusa a ceder. Meu coração renuncia-se a te esquecer, mas eu te odeio tanto.

Você ludibria-me com teu ar soberano, arrasta-me para o mais profundo estado de coma emocional, lança-me sobre um cataclismo de sentimentos; e eu tenho pânico desses sentimentos, eles são miseráveis e inúteis porque, no fim, de nada me servem, não me trazem e nem me levam até você.

Eu continuo te odiando, mas meu coração é tolo o suficiente e não entende isso, continua escravizando-se à essa farsa e fazendo-me submissa de suas arritmias insanas, emudecendo-me com tamanha valentia que ferozmente, a cada batida, quase salta-me para fora do corpo.

Nudez, palidez, insensatez, embriaguez, utopia.

[trecho de um desabafo incontido, um diálogo com o espelho; ainda inacabado]