HIGIENIZAÇÃO DO POEMA

Precisei tomar um banho.

Quente.

Demorado.

Demorei até desbotar a pele,

desfolhando o sujo dos poemas.

O cheiro do coalho abriu o apetite.

Deixei no ralo do banheiro

todos os meus delitos.

Eram tantos pensamentos infames!

Descartei no cesto

aquela velha fotografia.

Era lindo o motivo da minha perdição.

Pedro Simao Rocha Matos
Enviado por Pedro Simao Rocha Matos em 13/01/2015
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