Balada da Advogada
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Surge diante de minha lente
Com vestimenta em lisura,
Revestida de nobre franqueza
A mais bela e doce criatura.
Em seu clássico terninho,
Blusa branca, lisa sem gola,
Um belo conjunto em linho,
Bolsa com adereços de argola,
Passos firme sobre um saltinho,
Os cabelos alinhados levemente,
Os cílios entre um olhar impactante.
Seu perfume inebriava o ambiente,
Roubando a cena por um instante,
Seria de fato um cortejo vianense
Não fosse o ambiente forense.
Distante me afigura o seu pensar,
Importar-se-ia com que eu pense?
Não, certamente que não!
Entre nós uma medida cautelar,
Despacha-se mais um processo.
Vagava o meu olhar impetrante
E quase com voz suplicante
A sentença já quase deferida,
Diante da ternura em vida.
Revestido de toga e decoro
O juiz sentencia:
Aceito o pedido liminar.
Eu com meu coração de meirinho
Diante do infinito colossal
Suplico a requerente o seu carinho,
Ainda que seja por recurso especial.
Ademar Siqueira
Enviado por Ademar Siqueira em 20/01/2015
Código do texto: T5108543
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