Pingos de gente.
E é desse jeito mesmo que a vida faz,
Separando aos pouquinhos, cada um em seu clã
Juntando pingos de gente de um canto e de outro
Da maneira que lhe couber e combinar mais.
É desse jeito que tem que acontecer,
As doloridas ferramentas agrupando de maneira sadia
Até que haja discernimento suficiente sobre o que é bom
Da maneira mais bruta possível.
E assim, vez ou outra os clãs se misturam
Pessoas se esbarram, pessoas se vão
Os pingos de gente formam correntezas
Como fina espessura brilhante no pano
Sem que haja forma ou estabilidade, são um.
É desse jeito que a vida faz, sem ordem, sem receita
É desse jeito que a vida faz, sem te deixar perceber
Te molda
Com duras ferramentas
Te leva
E pode te trazer de volta
E ainda há quem no meio desse moldar vá para o ralo.
É desse jeito que a vida faz, amanhã quem sabe...
É mesmo desse jeito que a vida faz...