O POETA ENGANADOR

Sei que temo até as orelhas

Ao ouvir o som da vida

Que fulmina em mim

E termina perto demais da terra

E longe demais do céu.

Das asas absorvo

Sob duras penas

A pena que tenho de minha dura queda...

(Como se ela estivesse tão distante de mim. Dizem que quanto mais distante se está da queda, maior será ela. Não! Dizem algo parecido. Mas é que dizem tantas coisas...)

...do meu pobre corpo

E do, também pobre, bolso.

Mas ora, não há pobreza no inferno.

E se a morte não atrai,

(O que de certa forma é mentira, pois ela acaba atraindo todo mundo no exato momento em que a vida deixa na mão)

Menos ainda a vida.

Mas não se desesperem,

Pois todo poeta é enganador

Se não pelos versos,,

Então, pela conclusão.

Pois versos não são argumentos.

Mesmo que isso pouco importe,

Pois o que há de mais belo

Do que a falácia dos poetas?

A beleza é feita de sangue,

E não de verdades.

Lucas Esteves
Enviado por Lucas Esteves em 11/02/2015
Reeditado em 11/02/2015
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