SALTO PARA A MORTE

Um segundo, um momento

O último

O último tormento

O mesmo do início

O último diante do precipício

Vai sobrar o vento

A janela, o céu, as estrelas

O chão de concreto

As incertezas

Lágrimas em vão

A descoberta tardia

A derradeira certeza

O fim do mundo

Serão as flores regadas

Com água salgada

Na infame morada

Depois daquele instante

Depois daquele momento

Daquele piscar irrefletido

Da palavra não falada

Não sobrará nada

Além do chão de concreto

Do céu e das estrelas a iluminar

a certeza esmagadora do incerto