Sob as Sombras Dessas Árvores

Sob as sombras dessas árvores

tenho sede, às vezes fome,

como o fruto de palavras,

mato a sede logo ali nas fontes, junto às árvores,

onde as águas são tão límpidas

e jorram sabedoria

que matam o meu desejo

de descobrir o segredo

desses homens e mulheres

que plantam árvores tais

e conservam águas limpas

nessa fonte que não seca jamais...

Como o fruto de palavras que brotam das árvores tais

onde a coruja abriga nos galhos e o uirapuru

todo dia encanta e entoa sabedoria;

meus olhos se encantam, pois nos galhos e nas flores

tem o nome de escritores

e, nos frutos e nas flores

escrito nome de poetas

cujo a imaginação prolifera frutos

na imensidão, gerando sementes

literárias no virar das sombras dos cantos,

dos frutos da imaginação...

Debaixo das árvores tais eu sento e descanso,

sorrindo, virando mais uma página do livro.