Uma carta de amor: soldado Alemão

À noite quando fecho os olhos,

Imagino como está sendo os dias ai, no frio.

Disseste que ver a neve era incrível,

Mas estranharás as pessoas serem tão frias quanto ela.

Seriam só seis meses e haverás de suportar.

Quantos problemas e quantos medos estás enfrentando,

As aventuras e descobertas que não tens tempo de contar,

Soldado Alemão,

Eu penso que um dia retornarás e

Todas aquelas promessas que fizeras,

Antes de partir, cumprirás.

Todos os dias eu lembro de você,

Do seu sorriso preso e dos seus cachos pretos,

Sim, das suas mãos quentes,

E daquelas noites de verão,

Soldado Alemão,

Eu aprendi a te amar assim.

Acompanhei cada postagem,

A distância conservou as lembranças,

A dor da saudade eu venci com a esperança

De que um dia ainda voltas,

Quando eu disse que eras importante para mim,

Não menti. E finjo não saber até hoje,

Soldado Alemão,

Toda noite antes de dormir,

Eu o imagino morto num atentado em Berlim,

Ou em um acidente alérgico em qualquer restaurante dai,

Só para tentar por um fim,

Mas não, meu coração insiste em esperar,

Ainda tem esperança e grita para que possas voltar.

Sim, mesmo depois da notícia que me deras,

Soldado Alemão,

Eu lembro de todas as conversas piegas,

Das promessas, dos planos e,

Guardo em segredo os CDs que me deras antes de partir,

Quero sentar na praia mansa que outrora lhe apresentei,

E ouvir cada história desse tempo que tens para contar,

Eu sei que te faltou coragem para perguntar,

Esperei tanto por aquela conversa que ensaiastes ao luar.

Soldado Alemão,

Apesar de não entender porque desistisse sem lutar,

Eu só quero que saibas,

Que mesmo distante, mesmo com o que me contarás,

Nem por um só dia eu deixei de te amar.

Francine Medeiros
Enviado por Francine Medeiros em 21/02/2015
Reeditado em 22/02/2015
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