[A ironia da prova]

< A você, é claro! >

Aquela minha sensação...

Perdoa-me a ousadia,

mas eu tinha que te mostrar,

te fazer sentir, ao toque da mão,

o quanto não soubeste ler

a emoção que eu antes sentira

[como explicar o desguio do teu olhar?]

Eu sei, acontece... é, como eu te disse,

a ironia da prova, a trivial prova

de que aquilo que lemos no mundo

não está no mundo, mas em nosso olhar!

E cada um, cada um... com seus enigmas!

Em tempo:

ironia, no caso, não é menosprezo de ti,

mas apenas a expressão da minha angústia,

ou, o meu desdém de toda fragilidade de ser.

Ao tempo em que lês estas linhas,

eu já estarei noutra estação

[será mesmo? Se ainda te escrevo...]

o meu coração, bem sabes, é volúvel,

eu cedo a encantos — sou frágil assim!

___________________

[Desterro, 20 de fevereiro de 2015]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 24/02/2015
Código do texto: T5148889
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.