Com todos os defeitos de um poeta e mais um pouco.
Um toco de cigarro, um colarinho molhado e o rosto sujo de marca de batom.
Uma cueca remendada, uma calça furada e uma camisa suja de resto de bombom.
Um copo de whisky barato, um malte nada caro e o papel tocado pela caneta.
Uma barba por fazer, um relógio quebrado e uns livros velhos guardados na maleta.
Um homem esquecido, fingido, vivido, “fu-gido (dido)”.
Amando, desamado, escrevendo, sonhando acordado.
Um homem poeta, poetizando, andando, miserando e temido.
Mal vestido, caminhando em busca de um sonho, o sonho de ser lido.
Ele deu um “fora (da-se)” em todo o resto, em tudo o que não o tornava feliz.
Ele deu o fora de todo o lugar que não o queria bem.
Mas o que falam por ai é que ninguém bem diz.
O chamam de sujeito sem jeito, e que todo mundo com este jeito é vagabundo também.
E o povo grita:
“Raspa estas tatuagens, raspa este mustache e o cavanhaque de Don Juan!”
E então ele responde:
Não dá para ser feliz agradando nem a gregos e nem troianos, só dá para ser feliz decepcionando todos os sonhos que eles sonharam por ti.