SUBI A PÉ

Subi a pé,

desde lá, da velha escola, até casa,

relembrando passos de outros dias,

quando divagava e me perdia

tranquilamente, enquanto caminhava,

sobre estas mesmas pedras,

os passos protegidos da minha infância.

A subida, que um dia foi enorme,

acolheu-me suavemente,

questionando memórias

de implacáveis tardes de verão,

com cheiros de asfalto quente

e água morna num chafariz sem sombra,

que já ninguém usava...

Hoje, caminhando devagar,

divago mais ainda,

novamente abstraído,

deixando as velhas pedras

encaminharem os meus passos,

como sempre fiz.

Como sempre fizeram.

Como sempre faço...

6 Junho 2007