O Eu Ninguem

Eu não sou ninguém.

Eu não tenho um nome...

na verdade tenho,

mas de que vale um nome,

Se não consigo ser EU.

De que me vale um corpo

ou mesmo uma mente e consciência

se não consigo pô-los em bom uso.

De que me vale essa existência,

se a vejo passar com olhos vidrados,

como um coadjuvante da minha própria vida.

Eu não sou ninguém

e é fato,

até mesmo um zé ninguém é mais do que eu.

Eu não sou nada,

nem homem, nem poeta, nem amante,

nem filho, nem pai.

Não sou biólogo, nem cientista doutor, como dizem os diplomas que guardo numa gaveta.

Não sou ninguém, e na verdade acho que nem quero ser.

Não procuro nenhuma verdade maior,

nem iluminação espiritual.

Não procuro sucesso financeiro, nem felicidade eterna.

só tenho perguntas,

a maioria delas sem resposta.

tenho um vazio imenso no peito que não consigo preencher.

Nem com a cerveja, nem com o trabalho,

ou com poesia.

Nem as mulheres, cheias de amor ou vazias de pudor...

puderam preenche-lo até hoje.

me olho no espelho e só vejo o buraco no peito.

só vejo o vazio.

Isso só me faz pensar que estou certo desde o primeiro verso...

Não sou ninguém, de fato.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 12/03/2015
Código do texto: T5167351
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