Faminta de paz!

Paz, onde eu te encontro?

Você parece escondida, perdida... desinibida!

Eu grito, te procuro, mas num silêncio interior, apenas minhas mãos gritam.

Danço no escuro, os sinais gritando, pedindo perdão, procurando a paz, um pedido suplicante.

Me ache.

Me encontre.

Me ajude.

Nas caladas na noite vejo olhos famintos, desesperados, calados pela dor interior, que consome.

Dilacera.

Sou cega.

Sou surda.

Sou muda.

Sou faminta de paz.

Ei

Veja os sinais.

As mãos.

Os passos.

gritam por ajuda.

Por paz.

Sou cega de realidade.

Sou surda de gritos.

Sou muda para contar.

Ver.

Gritar.

Pedir ajuda.

O que fazer? O que tomar? O que procurar?

Eu giro até cansar, parar não posso. Talvez num giro da tormenta da vida, quando eu parar as coisas estejam certas.

Não me deixe cair.

Meus sinais são claros.

Medo não me consuma...

Estou caindo!

Dor não me perfure...

Estou caindo!

Minha boca exclama, sem som, ela súplica...

Estou caindo!

Por favor...

Me ache, paz!