Carmelita

Carmelita

Carmelita era a moça mais bonita,

De grandes olhos claros, sempre de olhar apaixonado e aflita.

La na rua onde morava, todo mundo já notava quando eu passava,

À janela debruçada, me olhando, mãos no rosto, a linda face repousava.

Seu olhar deslumbrante me via desnorteado,

Roubando sempre a sua atenção.

E com um riso desconfiado, fingia eu não ser notado,

Mas meu coração acelerado e covarde, sempre me tomando de assalto.

Opa! Cuidado! Dizia ela baixinho,

Sempre que eu errava o caminho.

Eram meus passos mano tropos enquanto eu seguia,

Trocando os passos, um dia quase caía.

Transpirava bastante; mãos, pés e axilas,

E em silencio quase sempre eu dizia:

Que coisa é essa? Feitiço? Ou simpatia? Não sei dizer.

Apenas era assim que tudo acontecia.

Um dia, tomado de sono perdi meu horário,

E ao passando por lá a moça bonita já não jazia.

Meu Deus! Onde será que estaria aquela moça querida,

Quando voltar da luta aguerrida, quero ver na janela, minha doce carmelita.