caos febril se prolifera, solto

caos febril se prolifera, solto.

do alto do prédio me espanto -

porto alegre urge em desconforto,

vegeto na capital do desencanto.

dose após dose, me desmonto -

não há redenção nem recanto;

a cada vinte uísques pro diabo,

acendo uma vela pro santo.

desancoro-me, enfim, desse porto

ao ouvir, do inferno, um canto.

sôfrego, arremesso meu corpo

e aglomero olhares de espanto.

em meio ao alvoroço, um morto,

entre os prédios, tédios e pranto -

meu rosto desfigurado num porto

que pra alegre falta tanto…

Marcio Evair
Enviado por Marcio Evair em 26/03/2015
Código do texto: T5184361
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.