AÇÃO DE GRAÇAS

(um poema antigo, dos tempos românticos)

Pelo teu jeito de olhar para o mundo

Pelo silêncio morno partilhado

Pelos abismos claros desvendados

Pela descida ao poço mais profundo

Por essa dor constante, pelo medo

Pelo momento que me foi negado

Pelo sentir e pelo haver calado

Por ter chegado a ti ainda cedo

Pela coragem tênue, pela sorte,

Por esses fios frágeis que tecemos

Pelos perigos todos que corremos

Por esse amor sereno, doce e forte

Por tudo que sem mim já existia

Por termos recriado velhas leis

Por essa transparência do que eu sei

E antes de te amar eu não sabia,

Por essa luz constante no teu rosto

Pelo teu riso quando estás contente,

Por sermos tão iguais, tão diferentes,

Por uma noite mágica de agosto.

Cliz Monteiro
Enviado por Cliz Monteiro em 07/04/2015
Código do texto: T5197680
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