Caboclo

Pego o meu chapéu de palha

Para que o sol não prevaleça

Faço da enxada uma navalha

Para não deixar que a praga cresça.

O suor salgado é mina constante

Sinto molhar minha camisa

A esperança vem do horizonte

No qual não existe divisa.

A terra é meu palco sagrado

Onde todo dia eu ponho os pés

Sou um agricultor abençoado

E a minha sorte não é maré.

Quando o tempo se fecha com o escuro

Logo o trovão dá seu recado

Tenho meu barraco seguro

Nos quatro cantos amarrado.

Uma cabaça com água fria

Uma bicicleta velha é o meu carro

Não sofro estresse nem agonia

Trago nas botas massa de barro.

Guardo um cigarro de fumo picado

Daqueles que espanta mosquito

Um isqueiro antigo, estimado

Não falta fogo, um mito.

Acompanho minha roça crescer

Assisto meu arroz cachear

Para mim um inexplicável prazer

Só quem viu pode contar.

Francisco Assis silva é poeta e militar

Email: assislike1@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 20/04/2015
Código do texto: T5214212
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.