Pequena menina esplendente,
quão luzentes são seus olhos de jabuticaba!
Foram as primeiras vias da perfeita comunicação,
nos tempos em que, ainda, não falava.
 
Aprumada conexão
com cheiros, toques
e baticuns do coração.
 
Enroladas na colcha,
olhávamos uma para outra,
e gargalhávamos juntas,
fechadas em concha.
 
A sua voz, passei a escutar
e, bem cedo, despertar:
“mamãe, mamãe, acorda!
Vamos juntas brincar!”
 
Alegre e saltitante,
rodopiava, feito bailarina,
o grilo falante.
 
Hoje, é uma pequena mulher,
Alegre e saltitante,
Determinada e cativante.
 
Escuto a sua voz:
“mamãe, mamãe, acorda!
Estamos entrelaçadas feito corda
e livres como pássaros.”
 
De novo, olhamo-nos,
com olhar de jabuticaba.
Para ambas, somos luz.
 
Mãos unidas para sempre,
na certeza da confiança.
Vidas transformadas
sem dívidas de fiança.