Da rocha que era quase inerte,
Nasceram jardins.
Pelas mesmas mãos
Que desfrutaram da riqueza do solo,
Exterminaram uma fonte
Produziram outros mananciais.
Maravilhas esculpidas
Por mãos humanas,
Sensíveis mãos,
Que renovam as nossas esperanças.
Não há mesmo uma folha seca visível,
Cada flor,
Cada jardim,
Únicos seres
Tocados todo dia
Apenas pelos jardineiros,
Que só vêm muito cedo
Ou tarde.
Conhecem a intimidade dos defeitos
A secura de quem já se foi,
Sábios jardineiros.
Que ficam com a beleza,
Que ficam com a fealdade,
Entretanto, não desistem de cultivar
Mantêm a lealdade.
Quisera fôssemos jardineiros
De pedreiras,
De flores,
De homens,
Da vida.
 
Essa é uma poesia declamada por Maria Senna, personagem do livro "A Torre e os Sonhos" ao se deparar com a beleza do The Butchart Gardens, local que foi, no passado, uma pedreira (foto acima).

Escolhi a poesia: “Quisera fôssemos jardineiros” para publicar no último dia do Sarau Poético de Sandra Costa Pinto, compartilhado com Gernaide Cezar, Durval Carvalhal, Fábio Oliveira, Eveline Luz e tantos outros poetas da vida.

Amigos, foi bom demais participar do Sarau com vocês! Obrigada pelas leituras e por tentarem ser jardineiros como eu e Lila Ricopi.

Obs: para adquirir o livro, basta clicar em A Torre e os Sonhos.