POR NÃO RESISTIR (IRRESISTÍVEL)

(Parceria com o Poeta O Átomo)

Não me atrevo a dizer que sei

Não tenho como definir.

Escrevo por não resistir...

Exponho-me no que descrevo

Sem medo de me coagir

Ainda que em metáforas,

Sentimentos criptografados nas entrelinhas

Meus sonhos, meus desejos, meus medos, meus segredos

Nos versos que escrevo, impregnados de tristezas e alegrias

De vontade de chorar e de sorrir. Opostos!

Confesso, escrevo por não resistir...

Emociona-me ver no papel em branco

Rimas pro meu próprio encanto,

Sou um desenho em preto e branco

Sempre pronto para se colorir

Por isto escrevo, escrevo por não resistir...

Ainda que não precisasse de inspiração ou sapiência

De discernir o conteúdo de tudo que percebo

De pesquisar com paciência

Mesmo assim escreveria

Escreveria como quem não se preocupa

Com o que comer e vestir, trabalhar e se divertir

Acordar e dormir.

Por tudo escrevo, escrevo por não resistir...

Inevitável como a Aurora,

Ou outra, outrora... Como à hora... Derradeira.

Irresistível como a Carmem,

Como a carne... A Leda, a ladeira.

Por acaso há escolha?

Chama, chama-me a folha... A filha, não falho.

O universo é frio,

Por isso fio... Retalhos.

Indomável, tudo que arde,

E invade... Os muros do convento.

A palavra me importuna,

Duna... Ao sabor do vento.

Não é por querer,

Inelutável sede, Sade... Adu a dois.

Indispensável, indomável,

Inadiável... Como deixar para depois.