Sem norte
No descalabro da vida estavas desnorteado!
Mal sabia do seu norte!
Seus olhos tristes denunciavam a sua bancarrota!
Era nítido que o revés da vida lhe espezinhava a alma!
Ainda que a sua boca não os declarasse...
a desilusão e a falta de vontade de viver...
lhe tiravam as forças.
Quantas vezes te ouvi dizer...
que eras oco e vazio de sentimentos!
Quantas vezes não via uma ponta de esperança?
Eu sabia que o tempo lhe faria bem...
eu pressentia que a fase negra passaria...
tão rápida quanto a noite anseia o dia!
Um ano se passou...
um ano de altos e baixos...
de alegrias e percalços!
E hoje estas aí...
se achando auto suficiente...
um ser imponente e cheio de vigor.
Desmerecendo os mais próximos...
e galanteado a distância!
Hoje o estupor do dia a dia...
mascara na sua falsa alegria!
E a pior de todas as suas justificativas...
é a sua grotesca mania...
de desqualificar e julgar as pessoas.
O tempo para você lhe fez um bem...
porém lhe trouxe a tona um homem cheio de desdém.
Aquele que cai e levanta sempre no mesmo lugar...
e sapateia no mesmo palco.
És um acostumado a sofrer...
um mártir em causa própria!
Inútil lhe acompanhar...
inútil seguir seus passos.
Eles não levam a lugar algum.
Apenas cerceiam os que insistem em te acompanhar!