Dissimulo!
Fastidiosa queria baixar a guarda...
desarmar as defesas....
me desobrigar do uso de tanto armamento.
Disparando para todos os lados...
atingindo culpados...
e inocentes fora do alvo!
Enfadonha o escudo que carrego já me pesa...
os dardos afiados me ferem...
e a couraça do meu silencio...
embarga meu grito por socorro.
Sou a combatente insistente....
atordoada pela guerra sem trégua.
A desconfiança não me permite descansar...
um lasso que me força a percorrer léguas.
Não permito-me vacilar...
porém o inimigo está sempre no meu encalço..
lembrando-me que não posso parar.
Entediada...sorrelfa...
dissimulo meio a batalha.
Exibindo ares de heroína....
dotada de sentimentos nobres e sublimes.
Inspirando e revigorando a tantos que me olham...
me esvaziando pouco a pouco!
Me doando ao máximo...
até o esgotamento.
Até o recôndito esvaziamento de alma!
Até o desalento imperceptível...
até o temível me acometer!
E em meio a sorrisos me definhar...
e em sonhos me findar!
E todas as armas não terem mais aproveitamento...
espalhadas ao chão....
apenas farão menção de uma unica realidade.
Adoeceu um coração...
que pulsou tanto pelos outros...
e esqueceu de si mesmo!