há ferrugem do ferro que fere
a ferrugem sobre os ombros do tempo
como mau agouro
marcas cicatrizes hematomas tatuagens
nutridos pela canção de pseudos enconderijos grávidos
da vergonha, como resquício como débito indevido
insubstanciais e maltrapilhos
há ferrugem que ferra e fere
como a teimosia do medo fabricado
pela fuligem
e pela vergonha de ser gente
que tem a alma pulsante e pujante
com as dores e prazeres
de uma cor-raça,
agora couraça
de desdobramentos ecoantes
seminalmentes sagrados
há ferrugem do ferro que ferra, fere
e teimosamente se alimenta do equívoco de esconder,
mostrando o que se é realmente