Planície de Narcisos

A casca reluzente, de verde viçoso, que cobre a tez

Mostra-se fortificada, como quem alheio a tudo

Passa correndo pelo mundo, cego e mudo,

E estagna, distorcida renascentista estátua e sua palidez

O sorriso buscado: expressão máxima de contentamento

O olhar rebuscado que mal esconde as pupilas congeladas

Febris e vidradas. Nesse castelo de cartas rotas, bem gastas

Que sustentam o vazio e pesado interior: não-vivendo; não-morendo

Cedo ou tarde a parede de verde vidro racha

Vaza aos poucos o cinza incandescente e apático

Que gotejando lento, queima e, as cartas rasga

E esse vazio escondido nesse clichê dramático

Essse monstrengo torto de inteligência parca

Observa de seu trono, de retahos, letárgico