SEREIA (EC)

Distraído olhava o mar

Num repente, seu sonhar

Deixou-se perder

No horizonte ao ver

Ar terno de candura

Encantadora figura

Pela lua iluminada

E a noite estrelada

A completar a fantasia:

Prazeres do amor teria

Parecia lhe acenar

Seu doce colo ofertar

Na ilusão fez viagem

Encheu-se de coragem

Agradeceu ao orixá

Pediu licença a Iemanjá

Muniu-se de toda sua fé

Lançou-se à maré

Guiado por uma Luz

Que só a paixão produz

Sentindo o pulsar da veia

Afastou-se da areia

Percebeu a cada braçada

Mais distante a amada

Mas, por maior seja a razão

Qual resiste à força da paixão?

As ondas em sua dança

Por ciúme ou por vingança

Embalançavam com malícia

Fingindo a plena carícia

Da mulher enamorada

Com a sedução a lhe envolver

Rápido veio-lhe o adormecer

Mal findou a madrugada

A rede de um pescador

Trouxe o homem sem cor

Ressurgiu na aldeia antigos medos

Teria a Sereia em seus segredos

Feito outra vítima de seu encanto?

Longe... melodioso canto

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Este texto faz parte do Exercício Criativo - Nadou, Nadou e Morreu na Praia

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Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 01/06/2015
Código do texto: T5262215
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