A noite do poeta
Vestiu seu terno de vernáculo
E saiu no meio da noite saudando a poesia
Fagulhas na escuridão davam um espetáculo
Por entre as nuvens, Dalva tímida se escondia
Não havia vestígios de tristezas...
Tudo era lira e a lua estava grávida de alegria.
Brincou com as palavras como quem roda ciranda
Imaginou a vida numa rima de cordel,
Com um verso cortejou a lua da sua varanda
E com um beijo cumprimentou o lindo céu.
Não havia sinais de nostalgia...
A vida era uma criança girando num carrossel.
Teceu muitos versos enchendo um alabastro,
Depois espalhou ao vento cada ode seu,
Declamou até não haver nenhum rastro,
Extasiado não se deu conta que o dia amanheceu.
Só havia indícios de alegria...
Por fim, nos braços da poesia o poeta adormeceu.