DESCAMISADOS

Descalçados das bases

de sobrevivêmcia,

apartados como um rebanho,

tangidos do berço.

Na busca de outro solo,

terão que doar a própria pele,

afim de cingir outras cinturas,

em terras estranhas.

Sofrerão com a imposição

de rótulos;

dentro do mesmo país,

levarão um vida de fugitivos.

Porque a água é tanta,

mas, não molham os seus pés,

era a chuva que banhava

os seus corpos.

Punidos pela mãe natureza,

agora sofrem dupla disciplina;

não se conformam com tal sina;

as cacimbas ainda nascem nos olhos.

Todos levam consigo uma fé cega,

a mesma que conduz os homens

a qualquer lugar;

infortúnios do destino.

Maldição criada pelo homem,

autoresignação sem medida,

uma fé tal qual areia movediça,

engolindo-os antes do tempo.

Pedro Matos

Pedro Simao Rocha Matos
Enviado por Pedro Simao Rocha Matos em 07/06/2015
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