LINHAS DO TEMPO
As linhas do nosso tempo,
ligam o coração às mãos,
as mãos aos pés,
os pés às linhas do mundo.
Caminhos incertos,
linhas duvidosas,
duplos caminhos,
as linhas do nosso tempo.
Nas linhas dos teus olhos,
oblíquas e despontantes,
apontam um caminho,
entrelaçando-nos.
As linhas do teu corpo,
caminhos de trânsito incerto,
final da busca,
caminhos que eu engendro.
Na costura dos nossos dias,
colocamos remendos,
retalhos surrados pelo tempo,
laços feitos com linha fina.
Na leitura do tempo,
interpretamos sonhos,
perdemos-nos
nas falsas verdades.
Queremos crer nas linhas que
fazem o caminho;
não são verdades, nem mentiras,
são roupas servindo-nos de máscara.
Nas linhas do teu corpo,
findam-se todos os caminhos,
sempre na dúvida por não
sabermos qual o caminho.
Pedro Matos