EUTANÁSIA

Morreu de forma serena;

Apesar da dor no peito.

Já demostrava vontade de ir...

Mas não a coragem.

Sofreu, sentiu frio e caminhou na chuva.

Só! Nunca esteve.

Deus se fez presente.

Morreu sem direito a ressuscitar;

Adormeceu e se rendeu ao cansaço.

Tomou folego, caminhou e sonhou...

Alimentou–se de pensamentos!

Questionou os porquês da vida...

Mas a conta não era alta e nem o pobre devia.

Sem amparo legal, abreviaram seus sentimentos.

Digo legal, por não ter vestígio da eutanásia.

Viu seu velório nos rostos triste de alguns

Na vigia do corpo presente,

Na maratona da noite. Apenas ele,

Seus argumentos insólitos, somente um a beber.

Mais uma vez o cansaço lhe venceu

Caminhou só até a sua sepultura

E finalmente descansou,

depois de um verdadeiro banho de luar.

Escrito por Orlando Oliveira em 10 de junho de 2015.