POR ONDE PASSA O POETA

Por onde passa o poeta

sangra o caminho

de perfumes e espinho.

E ferem os versos

o avesso do mundo.

E desvira a emoção

e grita a rima

que a alma

se acalma

se espanta

e se aninha

nos braços do vento.

Sopra a brisa

e avisa:

ainda é tempo

de amar

e de ficar louco,

pelo menos um pouco.

É tempo

de deixar rastros

pelas estradas

cansadas

de pés feridos.

Feito versos,

cadentes estrelas,

riscando o céu.

Por onde passa o poeta

deixa uma seta

uma curva, uma reta

e uma encruzilhada,

onde o coração

decide o rumo

dos seus passos.

E o poeta

afaga os versos

e reinventa

os descaminhos

da jornada.

Segue em frente

desnudo, inteiramente

sem destino.

Por onde passa

o poeta

a estrada

se alonga.

Infinita,

jamais se acaba. 

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OBSERVAÇÃO...

Este é o poema de fechamento do meu

próximo livro de poemas, que será lançado em agosto/2015

APENAS PALAVRAS.

José de Castro
Enviado por José de Castro em 20/06/2015
Código do texto: T5283897
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