Fui convidada por Ignez Freitas a participar de um sarau virtual literário no Recanto das Letras. A proposta é participarmos postando, durante quatro dias, um poema, e convidando quatro pessoas para participarem também. Eu convido: Sandra Amorim Namastê, Arana do Cerrado, Clê e HLuna. Este é o último poema do sarau, e embora Arana não possa participar por motivos seus, mesmo assim, foi meu prazer tê-la convidado.




L I B E R D A D E


Todas as borboletas têm o direito de serem como são.

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Eu digo todas, sem nenhuma exceção.

Algumas voarão mais alto,
Outras, mais perto do chão.


Mas todas as borboletas têm o direito de serem como são.

E mesmo que alguém considere seu voo 
Viagem limitada, sem reais motivos
E sem nenhuma razão,
Voo descabido, fraudulento, ignorante,
E sem expressão,

Todas as borboletas têm o direito de serem como são.

Porque existem várias formas de exercer a censura,
Existem várias formas de ferir, de cortar asas:
E elas  são: veladamente limitar, tolher, intimidar,
E tentar fazer com que todos os voos sejam apenas
Cópias, sempre à mesma altura,
Repetições eruditas de eternas e ultrapassadas cenas,
Sem re-invenções,
Sem quaisquer tentativas
De desenvoltura.


E a mais forte forma de censura,
É a intimidação,
É tentar fazer o outro crer
Na pior forma de loucura:
A velada ditadura
Do "Seja como eu, ou não vale a pena ser..."

Então:
Todas as borboleta têm o direito de serem como são!




 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 22/06/2015
Reeditado em 23/06/2015
Código do texto: T5285704
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