O vendedor de floreios
Aborto o rasante
Trago à face idéias cinzas
E o voo cai com meu quebranto
Chuto o espanto em frases curtas
Me conforto, deitado,no pé da cama
Trago a faca, faço um sulco
me dói o corte atrás da carne
Acho que fiz um bom disfarce
Ao atar o desatino
e a ousadia com mordaça
Serei um velho nessa praça
Com quatro filhos na garagem
Um vira-lata atado e triste
Desanimado amargo e insone
Mas mesmo amando muito
Descortinado aberto ao mundo
Sinalizo a cal do muro
Que traz pra mim o desconforto
Ou será dor de desgosto?
Sei lá, já fui tão outro
Desse lado sou anônimo
Endereço, bairro, e pronto