Sapato de Verbos

A poesia que transcrevo nas linhas

Contínuas...

Seguem... Cegam!

Enganam a própria verdade

Da vida em caridade...

Ah... Como mentia a elucubração

Digna de ímpar conhecimento

Sentimento

Indigno de um viés de piedade

Por amar ou suportar

Tamanha atrocidade

Não!!!! Não era igual

Me fazia, acontecia

Entendia

Entediado

Amargurado

Preso ao lado

Do próprio âmago

Amargo

Carregado

De mentiras ou

Verdades insólitas

Desesperadas!

E eu? Oras...

Contava as horas

Orava

Escrevia orações

Da ciência que

A educação trouxe

Em palavras...

Em versos...

Em conversas...

E como provo a ti

O sabor que provei

A dor que vivi!

Em desuso, combino palavras

Sonho com a alegria

Vivo a tristeza em mim

Escondido!

Encardido!

Fujo de minhas missões

Habito imensas mansões

Coração dividido em milhões

[De reais, que não me valiam nada]

Fisiologia guardada, presa

Nos caninos, os restos das presas

Do sofrimento que engoliu as pressas

E na poesia, gritava minha alma

A dor de ver a incongruência

Estampada em rostos

Rotos...

Mas sei que o inferno terá fim

Ou não habitarei nunca em mim

Perdido nos dias assim

Onde a chuva não consola

Não serve sequer de esmola

Para o sustento da escola

Que transcorria entre verbetes

Daquele que não fez o bilhete

De despedida do banquete

Então, boa gente de fé

Te escrevo, escravo dos pés

Contritos em sapatos

Arthur Barbosa
Enviado por Arthur Barbosa em 01/07/2015
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