Deusa

Das rubras nuvens supérfluo

Dos desejos as portas abertas

Das maldades as vagas singulares

Dos amantes as saudades

Das bobagens as máximas autoridades

Enquanto do mar o azul profundo

Do olhar o juramento justo

Das palavras a melodia de um duro dia

E do naufrago a sereia por um tempo

No campo das brancas vestes longas

Um sorriso se ilumina à beira mar

E se as águas nos joga sem sentido

Como vou acreditar nos orixás

Entre um passo e um passa tempo

Vem um grande terreno

Quanta coragem é preciso

Para se chegar em algum lugar

E nas plantações o verde domina

E a morte ruge no sopro da noite

em alguma colina verdejante

Ao entardecer o corpo cansado

E das mãos calosas um longo afeto

Das mais lindas canções uma promessa

E nas saudades um punhalada certa

E a flor mucha e cativa

Falta adubo para a terra improdutiva.

Teresa Cristina Monteiro
Enviado por Teresa Cristina Monteiro em 09/07/2015
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