desfragmentado
deixei o vulto tranquilo da tua ilusão
penetrar os meus sentidos perdidos
e sonhei de novo abraçar o infinito
nos teus lábios húmidos e apetecidos
rompendo a minha boca e todos os medos
soletrando a palavra vida com todas as sílabas
vogais e consoantes sem métricas medidas
e fugi aterrada ao vulto tranquilo do silêncio
escondido no canto de um auto destino
guardado num baú de uma nau naufragada
o teu vulto é miragem no sonho perdido
para assombrar o meu destino ferido
no corpo de um ser capaz e tranquilo
numa sociedade vendida ao quilo
por cada fragmento que é bandido
ana'Carvalhosa
30/06/15