Vinho Veludo
Um sonho antigo brotou em mim por dentro.
Já não posso deter seu crescimento acelerado.
As raízes me perfuraram o útero, as trompas e os rins.
O tronco grosso me pressiona a coluna.
Galhos de folhas tenras saem pelos meus ouvidos, nariz e boca.
Meus olhos são duas clareiras.
Sinto pássaros fazerem ninhos em minha copa, onde antes havia longos cabelos negros.
Não percebi o momento em que fiquei imóvel.
Já não tenho como ir em tua direção.
Vem tu, então, ao meu encontro.
Afasta os ramos floridos para beijar-me a boca. Toma-me para ti.
Ainda há seiva sob esta casca grossa vês? Sou eu!
Faz-me tua e, depois do êxtase, senta-te à minha sombra e alimenta-te dos meus frutos.
E conta para mim. Diga-me o que sentiu,
com tua voz, teus olhos e gestos.
E eu beberei tuas palavras como ave pousada sobre a fonte, entregando ao vento o mistério das sensações.
Um sonho antigo brotou em mim por dentro.
Já não posso deter seu crescimento acelerado.
As raízes me perfuraram o útero, as trompas e os rins.
O tronco grosso me pressiona a coluna.
Galhos de folhas tenras saem pelos meus ouvidos, nariz e boca.
Meus olhos são duas clareiras.
Sinto pássaros fazerem ninhos em minha copa, onde antes havia longos cabelos negros.
Não percebi o momento em que fiquei imóvel.
Já não tenho como ir em tua direção.
Vem tu, então, ao meu encontro.
Afasta os ramos floridos para beijar-me a boca. Toma-me para ti.
Ainda há seiva sob esta casca grossa vês? Sou eu!
Faz-me tua e, depois do êxtase, senta-te à minha sombra e alimenta-te dos meus frutos.
E conta para mim. Diga-me o que sentiu,
com tua voz, teus olhos e gestos.
E eu beberei tuas palavras como ave pousada sobre a fonte, entregando ao vento o mistério das sensações.